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Mostrando postagens de abril, 2013

Free School - FAQ

Uma sessão nova no meio do relato, respondendo dúvidas! :) Adorei. Um amigo meu perguntou sobre quando a assembleia não resolve: "Eu também fiquei me perguntando (num post lá atrás.. quando vc mencionou o tdah) como eles resolveriam conflitos e comportamentos abusivos.. vi que tem a assembleia, mas ainda fiquei na dúvida como eles realmente implementam e se não conseguem resolver isso na assembleia. O que rola? Conversinha, castigo, notinha na agenda, reunião com os pais, piscopedagogo, expulsão?" Pelo que entendi, a assembleia é a última instância, último caso, último recurso quando nada mais funciona. A primeira coisa que tem é a regra do stop, que eles prezam bastante; tem também o "declared boundaries", os limites declarados. Às vezes alguém faz alguma brincadeira que a outra pessoa não gosta, mas o brincador não sabia que incomodaria, então a pessoa deixa claro o limite: "não gosto de ser chamada de blablabla", "não gosto quando você faz is

Free School 8 - pra não dizer que não falei das não-flores

O meu segundo dia na Free School foi de conversas bem marcantes, e um incômodo no final que me colocou pra pensar, muito. Sobre esse incômodo específico eu vou falar em um outro post, mas vamos às conversas: Logo que cheguei, na sexta-feira, uma menina (Rowe, de uns 7 anos), que tinha conversado um pouco comigo no primeiro dia, começou a puxar assunto. Me contou do irmão mais velho dela, que pode correr por muitos e muitos quilômetros sem cansar, e de como a irmãzinha mais nova não deixa ela fazer mais nada. E aí ela me falou que queria sair da Free School, que às vezes ela não se sentia confortável lá. Eu perguntei por quê, e ela me contou mais ou menos assim: "Ah, às vezes as pessoas da minha sala implicam comigo porque eu faço alguma coisa errada, mesmo que seja sem querer. Eu não gosto. E também porque os professores aqui não me deixam dar as cambalhotas que quero {nota: ela queria dar uns saltos duplos twist carpados ou coisa do tipo, pelo que ela me explicou, mas eu não

Free School 7 - comida

A inspiração tirou umas férias, e não me convidou. Mas agora parece estar de volta, então vou aproveitar e começar a terminar de contar sobre a Free School. Pra começar bem, vamos falar de comida. No email confirmando minha visita, o Bhawin já me falou que eles ofereciam almoço e café da manhã para os visitantes, e que as refeições eram um dos destaques da escola. Não me levem a mal, mas em todas as escolas que trabalhei, as refeições eram um dos momentos menos esperados do dia. Hora do almoço significava todas as crianças, com fome e com pressa, arrumando seus lugares na mesa, ou na fila para serem servidos; significava muita comida no chão, recusa em comer o que tinha (tanto faz se era a comida que a escola dava, ou que os pais mandavam), negociação das professoras para comer só mais um pouquinho e muitos lembretes de que quem não come tudo não ganha sobremesa (na escola montessori não). Significava também ser um pouco ninja e anotar o que cada criança comeu, e quanto, além da tr