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Mostrando postagens de julho, 2017

passos

filha, hoje eu aprendi que preciso confiar nos seus passos. vc queria atravessar por aí, como seus amiguinhos estavam fazendo com tanta tranquilidade, e eu fiquei te dando a mão. até que vc falou que queria ir sozinha, que vc conseguia, e eu falei que eu tinha medo. tentei pegar sua mão de novo, e vc não deixou. "eu consigo, mamãe." e foi. concentrada, com seu passo pequeno e tão confiante, determinada como vc sempre é. eu fui logo atrás, segurando a respiração e repetindo como um mantra que preciso confiar nos seus passos. vc atravessou, ficou feliz e orgulhosa, e eu também. o coração acelerado, pensando "e se...". mas confiando. assim vai ser, filha, por todo o tempo: eu aprendendo a confiar nos seus passos, nas suas escolhas. sabendo que às vezes vc vai cair e eu vou precisar ser forte pra te amparar. sabendo que muitas vezes vc vai me mostrar ser mto mais capaz do que eu julgo, me ensinando que meu papel é te encorajar e deixar ir. não achei que fosse ser difíci

brinco

quando a clarice nasceu, optamos por não colocar brinco nela bebê; queríamos que ela pudesse escolher se quisesse colocar, e achamos que seria um sofrimento desnecessário numa bebezinha - sensação que só intensificou depois de muitos exames de sangue por causa de icterícia. já tem uns bons meses que ela pede pra colocar brinco e fazer furo na orelha, mas combinei que antes ela ia precisar parar de mamar, porque brinco era coisa de menina grande. durante o desmame não falei muito disso porque um dia ela mamoumamoumamou, terminou e falou "cabei o mamá, cadê meu binco?". mas pra mim era um marco que fazia sentido... e assim foi. hoje, nas vésperas de completar 3 anos, cheia de coragem e pomada na orelha, clarice ganhou seus brincos. ficou toda feliz e orgulhosa, rindo à toa no espelho e falando "nem doeu, foi só uma fomiguinha e passou!" valeu muito a pena esperar! 💗 [escrito em 12/05/2017]

desmame

foram mtas tentativas de desmame; teve a vez que a dentista fez terrorismo e disse que as cáries eram da amamentação. e eu acreditei, cheguei em casa de noite e falei que não ia ter peito, e a clarice chorou muiiiiito, e eu chorei muito tb, até desistir depois de 1h e dar mamá pra ela, as duas soluçando e eu abraçando ela forte. eu falava nessa época que queria desmamar, mas não estávamos prontas. teve tb no natal, que ela passou dois dias sem pedir e eu pensei que pronto, tinha desmamado assim, sozinha e do nada. mas, risos, claro que não. teve as vezes que eu quase surtava de madrugada, exausta e irritada. teve a vez no carnaval, que eu tive que ninar ela no colo duas madrugadas, peguei uma gripe braba e desisti pq precisava dormir. e teve a vez que foi, de verdade, o desmame. não teve combinado, não falei que ela era grande (pq ela sempre respondia isso com um gugu-dadá com voz de bebê, falando que era pequenininha), e tb não teve raiva ou surto. era o segundo dia que ela mamava dem

do cansaço

hoje, 3 anos atrás, era a data provável do parto da clarice; hoje, um mês atrás, desmamamos; hoje, hoje mesmo, o cansaço e a pressão do mundo levaram o melhor de mim e perdi a paciência com ela de um jeito raro e doído. hoje, como todo dia, eu me derreto de amor. busco forças nem sei onde para encarar os erros como aprendizados, busco paciência como um desesperado no deserto busca água, busco prestar atenção em cada historinha que ela conta e no jeito que ela me mostra que abre a tampa da garrafinha dela com o dedão. eu não quero esquecer nada, mas quanto já se perdeu na memória pra dar lugar a novas experiências, aventuras e descobertas. quanto ainda há por vir, que vai deixar esse dia difícil empoeirado em algum canto. quanto amor, quanta (im)paciência e quantos desafios ainda vamos viver. ser mãe é das coisas mais intensas, malucas e bonitas dessa vida. sorte a minha viver isso com/por ela. [escrito em 04.maio.2017]

de bangkok

era um calor dusinferno, era caótico e confuso. era cansativo não entender as placas, os vendedores, as pessoas na rua. o trânsito era punk rock e as ruas tinham um cheiro acre que rendeu até um texto "olfativo". mas era bonito. ver as pessoas fazendo oferendas pras pequenas casas de espírito nas ruas era tocante. ver os tailandeses felizes da vida quando eu arranhava todo meu thai era divertido; conhecer templos novos todo fim de semana era inexplicável. morar em bangkok foi uma experiência transformadora, porque não foi um romance lindo de "oh amor à primeira vista, me encantei, amo muito", mas também não foi filme de terror. foi contraditório, intenso, cheio de incoerências e contrastes, como é tudo na vida se a gente olhar de perto. hoje eu morro de saudade, de vontade de voltar e de imensa alegria por ter tido coragem de encarar isso um dia na vida. 🇹🇭 ❤️ [escrito em 30/03/2017]

furacão

umas semanas atrás passou um furacão por aqui, e foram dias de muito choro, chiliques, contorcionismos, luta livre e um leve desespero (mentira, não foi leve não.) chorei também, perdi a paciência, pedi ajuda, bolei planos mirabolantes, pensei em fugir pro nepal. e aí vi que nada disso tava funcionando, que eu precisava era me lembrar dos meus limites, do que eu não negocio e de como falar isso pra clarice. lembrei que eu preciso brincar mais com ela, daquele brincar de verdade, e preciso também me cobrar menos e entender que nem tudo na vida é culpa minha. e passou. nos dias de furacão eu achei que não ia passar nunca, claro. mas sempre passa. e aí vamos seguindo com mais calma e leveza, lembrando de respirar e esperando o próximo furacão chegar - porque com certeza tem muito furacão esperando a gente ainda. mas tudo bem, a gente vai levando. 💛 [30.novembro.2016]

a mãe

mãe de manual. era essa mãe que eu queria ser. a que faz tudo certinho, que é equilibrada e sempre sábia. eu acho que a gente vive tempos de uma maternidade muito prescritiva, com muitas respostas, ritos e fórmulas, pesquisas indicando tudo e fazendo acreditar que criar filho é uma ação-reação linear e previsível (faça isso de tal jeito que o resultado será esse. se não for é pq vc fez algo errado, ops, volta pro fim da fila). e eu gostei disso, acho. achei que era uma corda da salvação, que era tudo que eu precisava, e mergulhei fundo nisso. sim, acho que tem um contexto que pesa muito, mas também me foi cômodo decidir entre aquilo que estava dado como eficaz, certo. mais fácil e menos arriscado que achar meu próprio caminho. hoje eu quero achar que faria muita coisa diferente. leria menos sobre maternagem e suas nuances, e mais sobre feminismo e sororidade; leria menos relatos de parto e me olharia mais no espelho; leria menos sobre picos de crescimento e mais poesias. hoje eu tô t

paredes

quando eu engravidei a gente morava em um apartamento de dois quartos que tinha sido reformado pra ser um quarto só - um quarto bem grande, com uma escrivaninha imensa na ponta, uma amplidão que só vendo. e uma das primeiras coisas que pensamos foi: "o bebê vai precisar de um quarto!" (falo sobre essa ilusão em outro post depois, vamos por partes). começamos então uma pequena reforma pra levantar a parede e dividir o quarto em dois, e esses dias pensei nessa história e lembrei da angústia que isso me deu. lembro de um dia deitar na cama e chorar, me sentindo claustrofóbica e apertada. acho que na verdade aquela parede, além dos enjoos e da barriga crescendo, materializava a mudança imensa que estava acontecendo, toda a transformação que estava por vir. era uma das primeiras concessões que o meu eu-mãe fazia ao bebê, e acho que me fez pensar em todas as outras coisas que eu abriria mão, em tudo que nunca mais seria o mesmo. hoje, vejo como foi bom eu ter tido esse tempo de

Dicas de Bangkok - parte 2

- tô pensando em retormar o blog e vi esse post que estava no rascunho há um ano e meio (ops!). o comecinho tá todo detalhado, o resto com os pontos que coloquei tanto tempo atras, quando tínhamos acabado de voltar de bangkok e eu lembrava de tudo que fizemos por lá. agora fico lendo e só me bate a saudade e vontade de voltar! fiquem então com um post meio capenga, que em breve eu volto com uns mais terminadinhos. ;) (e sem foto nenhuma pq troquei de computador e as fotos da tailândia tão no antigo. foi mal!) Agora, as dicas de lugares e passeios*: * essas dicas são bem pessoais, que fui escrevendo tentando pensar em coisas que nem sempre eram tão óbvias • Templos ~ Wat Pho (Buda reclinado) e Wat Phra Khaew (Buda de esmeralda) O Wat Pra Khaew fica dentro do complexo do Grand Palace, e o Wat Pho bem perto, dá pra ir andando de um pro outro. Pra ir pra região eu acho mais fácil ir de táxi. O Wat Pra Khaew fecha mais cedo (às 15h), e é enorme, então eu sugiro começar por ele. Os