A ideia de virmos pra Tailândia existe há muitos anos - muitos mesmo. E desde muito tempo escuto histórias sobre os costumes, crenças e celebrações daqui. Meu maior interesse era por duas dessas celebrações: o Songkran e o Lói Kratong*.
O Songkran marca o ano novo tailandês, e o que eu entendi, perguntando por aqui e pesquisando, é que ele seguia o calendário solar budista e era cada ano em uma data, marcando o início de um novo ano astrológico, com a chegada do sol em áries. Mas, por volta de 1940, a Tailândia adotou o ano novo internacional e decidiram fixar o Songkran entre 13 e 15 de abril - sim, são 3 dias de comemoração.
O Songkran é um feriado muito importante na Tailândia, em que tudo pára, e uma época para ficar com a família, festejar, pedir bênçãos e se preparar para um novo ciclo. E vai mais ou menos assim:
O primeiro dia ainda é parte do ano velho, e um dia que as pessoas tiram para limpar suas casas, se desfazer do que não serve mais e também honrar seus antepassados e os anciões de suas famílias: não à toa, o dia 13 é também o dia dos idosos aqui.
{na foto: khun meé, minha 'sogra' daqui, lavando as mãos da mãe dela com uma água perfurmada de jasmin, para honrar a pessoa mais velha da família e também pedir suas bênçãos}
O segundo dia é o nao day, dia do meio; não é mais ano velho, mas também ainda não é ano novo. É o dia nacional da família, e também dia de ir aos templos e fazer oferendas aos monges. Na época do Songkran os mercados vendem uma espécie de "cesta" com itens para dar aos monges, como os robes laranjas, incensos, flores. Durante o Songkran vários lugares colocam estátuas do Buda para serem lavadas com a água de jasmin, como forma de oferenda. Detalhe importante é que não se pode molhar a cabeça do Buda, o certo é jogar a água devagar pelos ombros da estátua.
{na foto: eu e Clarice lavando o Buda que colocaram aqui no prédio}
O terceiro dia é finalmente ano novo, e eu estava muito empolgada achando que entraríamos no ano de 2559! Eu ia viver de pertinho um ano novo diferente, chegar mais no futuro ainda. Mas o ano não muda [pausa para a musiquinha de "fuén fuén fuéén" ao fundo]. Desde que rolou aquele acordo que falei lá em cima, em 1940, a Tailândia segue o ano novo internacional, e 2559 só vai chegar junto com 2016. #xatiada
Agora, o mais simbólico de todos esses três dias, o motivo que faz com que turistas encham Bangkok, que pára as ruas e faz a festa da galera é... a água! A água serve para limpar os mau agouros do ano anterior, e assim receber o ano novo com tudo fresco, limpo. Como já vimos, as pessoas lavam as mãos dos idosos, lavam as estátuas, então... por que não lavar uns aos outros também, certo? O Songkran é bem conhecido por ser um festival da água, em que as pessoas jogam água umas nas outras na rua. Arminhas de água (ou armonas, porque tem umas muito grandes), baldes com água, alguns baldes com gelo, mangueiras... a regra é: ninguém sai seco! Algumas ruas são fechadas só pra isso, e tem música, comidas, muita gente na rua, muita animação e muita, muita água [outro dia a gente conversa sobre o desperdício, quem sabe num post sobre a insustentabilidade dessa babilônia chamada Bangkok].
{é Songkran em Bangkok, mas quase podia ser carnaval em Salvador}
Todo mundo joga água em todo mundo: crianças, adolescentes, adultos, guardinhas (sim, os guardinhas!), motoristas de tuk tuk, passageiros nos ônibus... Nem a Clarice escapou: as pessoas vinham com muito jeitinho, faziam cara de "é Songkran, fazer o que?" e splash, davam um respingo de água na pequena. Ela estava lidando muito bem com os três dias de farra, até irmos em uma parte da rua que tinha uns sprinklers molhando todo mundo. Eu amei, fiquei feliz da vida, porque abril é o mês mais quente aqui (e eu gosto só um pouco de uma baguncinha), mas ela não gostou nada dessa história, tadinha. Ficou bem sentida de se molhar toda no meio da rua... mas passou! A ideia agora é voltarmos especialmente pro Songkran daqui uns anos, pra ela poder molhar todo mundo também!
{as roupas floridas também fazem parte da tradição, mas não descobri muito bem o por quê. Uma das hipóteses é que é a chegada da primavera. Mas pode ser que não... Veremos.}
Em alguns lugares do país dizem que as comemorações duram a semana inteira; aqui em Bangkok foram os três dias mesmo. Depois o jeito é andar nas ruas calorentas sem a esperança de que alguém vá te refrescar um pouco com uma arminha de água...
* o Lói Kratong é só em novembro, então depois eu conto como é!
O Songkran marca o ano novo tailandês, e o que eu entendi, perguntando por aqui e pesquisando, é que ele seguia o calendário solar budista e era cada ano em uma data, marcando o início de um novo ano astrológico, com a chegada do sol em áries. Mas, por volta de 1940, a Tailândia adotou o ano novo internacional e decidiram fixar o Songkran entre 13 e 15 de abril - sim, são 3 dias de comemoração.
O Songkran é um feriado muito importante na Tailândia, em que tudo pára, e uma época para ficar com a família, festejar, pedir bênçãos e se preparar para um novo ciclo. E vai mais ou menos assim:
O primeiro dia ainda é parte do ano velho, e um dia que as pessoas tiram para limpar suas casas, se desfazer do que não serve mais e também honrar seus antepassados e os anciões de suas famílias: não à toa, o dia 13 é também o dia dos idosos aqui.
{na foto: khun meé, minha 'sogra' daqui, lavando as mãos da mãe dela com uma água perfurmada de jasmin, para honrar a pessoa mais velha da família e também pedir suas bênçãos}
O segundo dia é o nao day, dia do meio; não é mais ano velho, mas também ainda não é ano novo. É o dia nacional da família, e também dia de ir aos templos e fazer oferendas aos monges. Na época do Songkran os mercados vendem uma espécie de "cesta" com itens para dar aos monges, como os robes laranjas, incensos, flores. Durante o Songkran vários lugares colocam estátuas do Buda para serem lavadas com a água de jasmin, como forma de oferenda. Detalhe importante é que não se pode molhar a cabeça do Buda, o certo é jogar a água devagar pelos ombros da estátua.
{na foto: eu e Clarice lavando o Buda que colocaram aqui no prédio}
O terceiro dia é finalmente ano novo, e eu estava muito empolgada achando que entraríamos no ano de 2559! Eu ia viver de pertinho um ano novo diferente, chegar mais no futuro ainda. Mas o ano não muda [pausa para a musiquinha de "fuén fuén fuéén" ao fundo]. Desde que rolou aquele acordo que falei lá em cima, em 1940, a Tailândia segue o ano novo internacional, e 2559 só vai chegar junto com 2016. #xatiada
Agora, o mais simbólico de todos esses três dias, o motivo que faz com que turistas encham Bangkok, que pára as ruas e faz a festa da galera é... a água! A água serve para limpar os mau agouros do ano anterior, e assim receber o ano novo com tudo fresco, limpo. Como já vimos, as pessoas lavam as mãos dos idosos, lavam as estátuas, então... por que não lavar uns aos outros também, certo? O Songkran é bem conhecido por ser um festival da água, em que as pessoas jogam água umas nas outras na rua. Arminhas de água (ou armonas, porque tem umas muito grandes), baldes com água, alguns baldes com gelo, mangueiras... a regra é: ninguém sai seco! Algumas ruas são fechadas só pra isso, e tem música, comidas, muita gente na rua, muita animação e muita, muita água [outro dia a gente conversa sobre o desperdício, quem sabe num post sobre a insustentabilidade dessa babilônia chamada Bangkok].
{é Songkran em Bangkok, mas quase podia ser carnaval em Salvador}
Todo mundo joga água em todo mundo: crianças, adolescentes, adultos, guardinhas (sim, os guardinhas!), motoristas de tuk tuk, passageiros nos ônibus... Nem a Clarice escapou: as pessoas vinham com muito jeitinho, faziam cara de "é Songkran, fazer o que?" e splash, davam um respingo de água na pequena. Ela estava lidando muito bem com os três dias de farra, até irmos em uma parte da rua que tinha uns sprinklers molhando todo mundo. Eu amei, fiquei feliz da vida, porque abril é o mês mais quente aqui (e eu gosto só um pouco de uma baguncinha), mas ela não gostou nada dessa história, tadinha. Ficou bem sentida de se molhar toda no meio da rua... mas passou! A ideia agora é voltarmos especialmente pro Songkran daqui uns anos, pra ela poder molhar todo mundo também!
{as roupas floridas também fazem parte da tradição, mas não descobri muito bem o por quê. Uma das hipóteses é que é a chegada da primavera. Mas pode ser que não... Veremos.}
Em alguns lugares do país dizem que as comemorações duram a semana inteira; aqui em Bangkok foram os três dias mesmo. Depois o jeito é andar nas ruas calorentas sem a esperança de que alguém vá te refrescar um pouco com uma arminha de água...
* o Lói Kratong é só em novembro, então depois eu conto como é!
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