a coragem está justamente em pular sem garantia nenhuma. é mergulhar no desconhecido sem saber o que vem depois, o que espera na curva, confiando apenas naquilo que impele, que move, que faz pulsar. a coragem é feita de trama fina, mas resistente. passa às vezes despercebida pelos olhares mais desatentos. não se reveste de certezas nem redes de proteção, mas se forja no vento que bate na pele quando do pulo, no coração que bate ligeiro, no frescor simples de acreditar. não é de matéria frágil que a coragem é feita, e nem da insensatez. ela é construída em força, desejo e um ímpeto incontido de pegar a vida pelas mãos.
41 semanas completas. Tinham sido 3 dias de contrações que iam e vinham, acupuntura, chás, caminhadas, tampão mucoso saindo... e nada de bebê. Encasquetei que eu precisava comprar uma cesta pequena de vime pra guardar qualquer coisa, virou imprescindível. Fomos então atrás, e tudo que eu pegava na loja gerava um questionamento do marcel. Enquanto isso, na escola, toda uma vida acontecendo, e ao invés de ter ido eu tava ali sendo temperada na ansiedade sem fim. Desisti de todas as compras e chorando falei que só queria ir pra casa. Minha vontade era de entrar numa toca, ficar quieta. Mas tinha que fazer ecografia e cardiotoco, então fomos pra maternidade. “acho que a bebê tava dormindo, vamos precisar repetir o exame porque ela não mexeu”. Tomei glicose na veia, já em frangalhos, e fiz o exame chorando. Será que estava tudo bem? Dessa vez ela mexeu, a ecografia tava ótima e mesmo assim o médico plantonista falou que 41 semanas era pra já nascer, que mesmo o bebê bem começava a ficar arr...
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