seis horas da tarde, sexta-feira, a escola toda em quietude. hora de ir cuidando dos detalhes: carregar a pirâmide pra um lugar coberto, fechar uma porta que ficou aberta, apagar alguma luz que esqueceram acesa, guardar a garrafinha perdida no quintal. vou andando pela escola vazia e pensando em tudo que aconteceu ali nas últimas horas de um dia bem cheio. as brincadeiras no quintal, as estudantes de pedagogia que vieram fazer pesquisa; as aulas de música sobre diferentes etnias indígenas, a criança nova que estava indo pra escola pela primeira vez, o menino que pediu minha ajuda pra aprender a descer pelo “cano do bombeiro”, as comidinhas feitas de lama e folha, as bocas sujas de feijão e as barrigas cheias. também os conflitos e brigas, os “é meu”, “não gosteeei!”, “não me empurra!”; os convidados do creas que foram conversar sobre diversidade, gênero e respeito; o pequeno que passou mal, a reunião que precisou ser remarcada, a impressora que não funcionou, os abraços compartilhados, as gargalhadas sem fim... cada dia aqui é infinito, parece, porque cabem coisas que a gente nem imagina. vou andando pela escola quieta, vazia, e achando bonito esse tanto de coisa, pequena e grande, que compõe o emaranhado do dia a dia.
Esse ano o inverno caprichou, viu?! Eu achava que não podia ser pior do que o ano passado, mas... pode. Comecinho de abril, todo mundo já pronto para o calor ficar de vez (que o digam os shorts, saias e sandálias que saíram desfilando na quinta-feira!), uma população inteira cansada de frio e mais frio. Aí me vem um sábado com sensação térmica de -4 graus, chuva e um pouquinho de neve, e um vento que peloamordedeus... Tá bom, inverno. Você provou seu ponto, já temos quase 6 meses de convivência, você ganhou etc etc. A primavera pode chegar agora??? ^^
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