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propósito

"e não me obrigues a ler os livros que ainda não adivinhei
nem queiras que eu saiba o que ainda não sou capaz de interrogar
protege-me das incursões obrigatórias que sufocam o prazer da descoberta
e com o silêncio (intimamente sábio) das tuas palavras e dos teus gestos
ajuda-me serenamente a ler e a escrever a minha própria vida"



pra mim iso resume - traduz, melhor dizendo - tudo que eu quero, busco e acredito como professora, educadora.
como testemunha diária da forma que cada criança aprende, se torna ela mesma e floresce, de verdade, quando a gente não só deixa, mas também apoia, anima.

ver isso acontecendo aos poucos, fazer parte desse crescimento, dessas mudanças, é das melhores coisas nessa vida.




(agora explica melhor a falta que faz?)

Comentários

Stella disse…
Ai, o seu blog está tão bonito!

E, depois de ler seu post, parece que as outras profissões ficam tão pequenininhas...

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cheiros

{escrito em julho de 2015} bangkok tem um cheiro muito peculiar, que toda vez me intriga e me faz querer tentar descrever. não é um cheiro que se sente toda hora, e nem em todo lugar. mas todas as vezes que o cheiro vem, é inconfundível: cheiro de bangkok. é um cheiro acre, e olha que eu acho que nunca tinha usado essa palavra antes, a não ser pra falar do estado. mas é a única que me vem à cabeça quando penso nesse cheiro. é forte, é perfurante. não é um cheiro bom, já que lembra esgoto e comida estragada, mas por incrível que pareça também não é um cheiro ruim. parece impossível, mas apesar da combinação incômoda e nada perfumada, não chega a ser um fedor óbvio. talvez seja porque ele chega sem aviso, e logo passa. vem como um sopro, quase, só que intenso. às vezes acho que ele vem pra me lembrar que estou aqui, pra não me deixar enganar pelos shoppings e pelos ares cosmopolitas: eu não estou em qualquer grande cidade do mundo. eu estou em bangkok.

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