Uma das reações mais comuns quando duas crianças tem algum conflito é o adulto soltar um "pede desculpas!" logo de cara. A criança vai, olha pro teto, fala "desculpa" como quem mata um mosquito sem ver e pronto, a vida segue seu rumo.
Mas aí tem uma coisa que acaba acontecendo que eu não gosto muito - a desculpa vira automática, e álibi perfeito pra tudo. Tá lá o menino andando, empurra o outro de implicância; o empurrado chora, reclama; o empurrão olha pra professora e fala logo um "Desculpa!", enquanto continua andando e empurra o próximo.
Pois bem. Comigo não, tenho outra tática.
A ideia não é minha, claro. Vi outras professoras fazendo, e funcionando, e acho que vem da dona Maria Montessori (pausa pro suspiro de fã). Vou contar um caso que aconteceu ano passado, que ilustra bem o exemplo.
Duas meninas brigam por algum motivo. Uma delas sai de braços cruzados, cara fechada, passos largos e rápidos, furiosa indo embora do parquinho. A outra vem atrás e imita a postura. Duas carrancas, bem fechadas. Eu sento com elas e pergunto o que aconteceu.
Menina A: "Eu to muito chata (chateada) com a B! Ela pisou no meu sapato e ele saiu! To muito brava!"
Menina B: "Eu também to muito brava! Ela não me esperou pra ir no escorregador! E foi sem querer que eu pisei no sapato!"
(as caras de brava continuam, com os braços cruzados)
Professora (eu): "Então as duas tão muito bravas... e agora? O que vocês acham que a gente pode fazer pra resolver isso?"
Menina B (abrindo um sorriso): "Ah! Dar um abraço!!!"
E as duas se abraçam, felizes. Sobra um abraço até pra mim (oba!) e o dia é salvo. Por elas mesmas. E sem desculpas.
Mas aí tem uma coisa que acaba acontecendo que eu não gosto muito - a desculpa vira automática, e álibi perfeito pra tudo. Tá lá o menino andando, empurra o outro de implicância; o empurrado chora, reclama; o empurrão olha pra professora e fala logo um "Desculpa!", enquanto continua andando e empurra o próximo.
Pois bem. Comigo não, tenho outra tática.
A ideia não é minha, claro. Vi outras professoras fazendo, e funcionando, e acho que vem da dona Maria Montessori (pausa pro suspiro de fã). Vou contar um caso que aconteceu ano passado, que ilustra bem o exemplo.
Duas meninas brigam por algum motivo. Uma delas sai de braços cruzados, cara fechada, passos largos e rápidos, furiosa indo embora do parquinho. A outra vem atrás e imita a postura. Duas carrancas, bem fechadas. Eu sento com elas e pergunto o que aconteceu.
Menina A: "Eu to muito chata (chateada) com a B! Ela pisou no meu sapato e ele saiu! To muito brava!"
Menina B: "Eu também to muito brava! Ela não me esperou pra ir no escorregador! E foi sem querer que eu pisei no sapato!"
(as caras de brava continuam, com os braços cruzados)
Professora (eu): "Então as duas tão muito bravas... e agora? O que vocês acham que a gente pode fazer pra resolver isso?"
Menina B (abrindo um sorriso): "Ah! Dar um abraço!!!"
E as duas se abraçam, felizes. Sobra um abraço até pra mim (oba!) e o dia é salvo. Por elas mesmas. E sem desculpas.
Comentários
se todo mundo se abraçasse mais tanta coisa seria mais facil de serem resolvidas...
:)