Estavam lá, voltando de alguma aula, as meninas da turma. Nina e Maria conversam sobre algum assunto, e Nina fala: "é, Maria, você tem razão." A Maria na mesma hora rebate, quase chorando:
"Não, eu não tenho razão! Eu não quero ter isso!!!"
Clara, que tava do lado, percebe logo que se trata de alguma coisa muito ruim, e se junta ao coro:
"Eu também não tenho isso, não quero ter isso de razão!"
A gente meio que ri, meio que se surpreende, meio que segue com o resto da turma pra ninguém se perder no caminho. Aí a gente chega na sala, muda de assunto, lava as mãos pra comer frutinha, e a Clara vem falar pra Maria, debochada:
"Você tem razão-ão...!"
~
E né. Que bom seria não querer ter isso, não. Razão? Eca. Passo, obrigada. Longe de mim querer ter razão. Longe de mim pensar em ter esse negócio aí.
Eu sempre fico me perguntando, quando eu to com as crianças, que horas que se quebra essa sabedoria. Eu sei, eu sei que não dá pra gente marcar a hora, e falar "foi ali, com X anos, Y meses e Z dias, na hora do almoço. Quebrou ali." Mas alguma hora ela quebra, nem que seja aos poucos. Alguma hora a gente aprende que ter razão é bom. Que é importante. Que vai deixar a gente feliz e de bem com tudo.
E aí a gente se contorce e retorce. Briga, discute, argumenta, conversa. Pesquisa, estuda, lê, escreve. Fala que entende o mundo. Só pra ter razão, pra gente achar que tá certa, e as pessoas saberem e reconhecerem que a gente tá certa mesmo, ó que bonita a gente. E a gente tenta se convencer de que a gente não só tem razão, como a gente não pode viver sem ela. "Nunca, nunquinha!"
E de repente essa razão vira nossa meta, nosso caminho e ai, que canseira dessa razão...
"Não, eu não tenho razão! Eu não quero ter isso!!!"
Clara, que tava do lado, percebe logo que se trata de alguma coisa muito ruim, e se junta ao coro:
"Eu também não tenho isso, não quero ter isso de razão!"
A gente meio que ri, meio que se surpreende, meio que segue com o resto da turma pra ninguém se perder no caminho. Aí a gente chega na sala, muda de assunto, lava as mãos pra comer frutinha, e a Clara vem falar pra Maria, debochada:
"Você tem razão-ão...!"
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E né. Que bom seria não querer ter isso, não. Razão? Eca. Passo, obrigada. Longe de mim querer ter razão. Longe de mim pensar em ter esse negócio aí.
Eu sempre fico me perguntando, quando eu to com as crianças, que horas que se quebra essa sabedoria. Eu sei, eu sei que não dá pra gente marcar a hora, e falar "foi ali, com X anos, Y meses e Z dias, na hora do almoço. Quebrou ali." Mas alguma hora ela quebra, nem que seja aos poucos. Alguma hora a gente aprende que ter razão é bom. Que é importante. Que vai deixar a gente feliz e de bem com tudo.
E aí a gente se contorce e retorce. Briga, discute, argumenta, conversa. Pesquisa, estuda, lê, escreve. Fala que entende o mundo. Só pra ter razão, pra gente achar que tá certa, e as pessoas saberem e reconhecerem que a gente tá certa mesmo, ó que bonita a gente. E a gente tenta se convencer de que a gente não só tem razão, como a gente não pode viver sem ela. "Nunca, nunquinha!"
E de repente essa razão vira nossa meta, nosso caminho e ai, que canseira dessa razão...
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