(ou: cenas das tuas ruas)
um senhor, de aparentes 80 anos, andando na rua tomando sorvete de casquinha. um moço, entregador de farmácia, carregando uma sacola com duas fraldas, esperando pra atravessar a rua dançando e cantando enquanto ouvia música com seu fone de ouvido (e as pessoas rindo, sorrindo e virando o rosto pra acompanhar a alegria dele). o pedro cardoso de chinelo andando com a filha. duas moças no ônibus gritando pro cara do biscoito globo, ajudando três famintas a matar a fome no engarrafamento sem fim - "ôô do biscoito! aqui! quanto é? me vê dois! ah, faz 3 por 5? então 3! pronto, meninas!". as mesmas moças contando a história da vida delas. de como elas se conheceram pegando ônibus e ficaram amigas."é, a gente pegava o mesmo ônibus todo dia, sempre, aí ficamos amigas. já fui na casa dela, ela na minha, ih! tem dia que eu até posso pegar outro, mas pego esse pra gente ir conversando." pessoas falando italiano, espanhol, inglês, francês, chinês e o que mais você quiser. o moço que aluga barraca desejando boa praia, mesmo que a gente não compre nada com ele. a dona selma pedindo ajuda pra pagar o conserto do carrinho de mercado dela, onde ela carrega as latas e recicláveis, e falando que nossa simpatia era carioca. a senhora que fica toda semana no quiosque onde tem dança, com a netinha de 7 anos (que já dança), e nos trata como velhas amigas. a netinha de 7 anos que abraça a gente apertado e pede m&m's de amendoim. o vendedor de chaveiro que achou que uma de nós era famosa, e prometeu não ligar pros dois paparazzi de quem ele tinha o telefone. as pessoas no embalo do uhuul, na lapa. o seu sebastião, que deixa a segunda porta do prédio fechada e sempre levanta pra abrir quando a gente chega. a moça do metrô que ficou com a bolsa presa na porta, mas se emputeceu quando o homem, que tentava ajudar, ajudou a sair, e não a entrar, como ela queria.
e são muitas outra cenas. e cada cena tem cheiros, cores, músicas, sons. tem um pedaço de rio em cada esquina, em cada s chiado. o mais surreal, por enquanto, é ir percebendo um pedaço de mim em cada cena, e uma lembrança boa perdida em cada esquina.
um senhor, de aparentes 80 anos, andando na rua tomando sorvete de casquinha. um moço, entregador de farmácia, carregando uma sacola com duas fraldas, esperando pra atravessar a rua dançando e cantando enquanto ouvia música com seu fone de ouvido (e as pessoas rindo, sorrindo e virando o rosto pra acompanhar a alegria dele). o pedro cardoso de chinelo andando com a filha. duas moças no ônibus gritando pro cara do biscoito globo, ajudando três famintas a matar a fome no engarrafamento sem fim - "ôô do biscoito! aqui! quanto é? me vê dois! ah, faz 3 por 5? então 3! pronto, meninas!". as mesmas moças contando a história da vida delas. de como elas se conheceram pegando ônibus e ficaram amigas."é, a gente pegava o mesmo ônibus todo dia, sempre, aí ficamos amigas. já fui na casa dela, ela na minha, ih! tem dia que eu até posso pegar outro, mas pego esse pra gente ir conversando." pessoas falando italiano, espanhol, inglês, francês, chinês e o que mais você quiser. o moço que aluga barraca desejando boa praia, mesmo que a gente não compre nada com ele. a dona selma pedindo ajuda pra pagar o conserto do carrinho de mercado dela, onde ela carrega as latas e recicláveis, e falando que nossa simpatia era carioca. a senhora que fica toda semana no quiosque onde tem dança, com a netinha de 7 anos (que já dança), e nos trata como velhas amigas. a netinha de 7 anos que abraça a gente apertado e pede m&m's de amendoim. o vendedor de chaveiro que achou que uma de nós era famosa, e prometeu não ligar pros dois paparazzi de quem ele tinha o telefone. as pessoas no embalo do uhuul, na lapa. o seu sebastião, que deixa a segunda porta do prédio fechada e sempre levanta pra abrir quando a gente chega. a moça do metrô que ficou com a bolsa presa na porta, mas se emputeceu quando o homem, que tentava ajudar, ajudou a sair, e não a entrar, como ela queria.
e são muitas outra cenas. e cada cena tem cheiros, cores, músicas, sons. tem um pedaço de rio em cada esquina, em cada s chiado. o mais surreal, por enquanto, é ir percebendo um pedaço de mim em cada cena, e uma lembrança boa perdida em cada esquina.
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