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de bangkok

era um calor dusinferno, era caótico e confuso. era cansativo não entender as placas, os vendedores, as pessoas na rua. o trânsito era punk rock e as ruas tinham um cheiro acre que rendeu até um texto "olfativo". mas era bonito. ver as pessoas fazendo oferendas pras pequenas casas de espírito nas ruas era tocante. ver os tailandeses felizes da vida quando eu arranhava todo meu thai era divertido; conhecer templos novos todo fim de semana era inexplicável. morar em bangkok foi uma experiência transformadora, porque não foi um romance lindo de "oh amor à primeira vista, me encantei, amo muito", mas também não foi filme de terror. foi contraditório, intenso, cheio de incoerências e contrastes, como é tudo na vida se a gente olhar de perto. hoje eu morro de saudade, de vontade de voltar e de imensa alegria por ter tido coragem de encarar isso um dia na vida. 🇹🇭 ❤️

[escrito em 30/03/2017]

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tem vezes que a vida parece um novelo de lã embaraçado, todo enrolado. cores misturadas, fios que começam sabe-se lá onde, e que parecem não ter fim. vez ou outra, ao ver a bagunça toda, dá vontade de arrumar. organizar, desembaraçar, tentar pelo menos saber quais lãs tão ali no meio. é uma tarefa delicada, que exige paciência. desenrola de um lado, mas enrola do outro; tenta achar o fio da meada, mas ops, perde de novo. e aí vem uma "fiadora". ela que segura o novelo enquanto eu desenrolo, olhando fundo no meu olho, sem recuar, me lembrando também da beleza que existe no caos. e vamos assim, fiando juntas as tramas e bagunças dessa vida que é tanta.

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