Pular para o conteúdo principal

sem as mãos


*post inspirado em uma conversa com a Renata (@tataflorentino).

quantas vezes nessa vida eu me perguntei (e ouvi várias e várias amigas se perguntarem também) por que tínhamos escolhido a pessoa X pra se apaixonar, quando no fundo a gente sabia que não ia dar certo. pessoas comprometidas, enroladas, incompatíveis, difíceis de lidar, don juans e casablancas desse mundo...

eu tenho pra mim que a gente escolhe já sabendo mesmo que vai dar merda errado no final. é como se fosse uma segurança, um terreno conhecido, onde a gente pula já sabendo o tamanho do tombo. como ter uma cordinha de apoio, segurando a gente. como um bungee jump, se a imaginação deixar.

no bungee jump, a gente vai e pula. tem toda a expectativa de subir até o topo, a emoção do pulo e a beleza poética daquele ato tão entregue de se jogar. mas a gente sabe que é seguro. que a cordinha vai segurar, e que a desilusão do fim da queda vai ser suportável (ufa).

difícil mesmo é se jogar em queda livre, com a esperança (sempre ela...) de que a queda na verdade vai virar um voo. acho que isso que é o amor. é o que fica quando a gente deixa todas as nossas cordinhas pra trás e pula.

foto por Vitor Massao /@massalogia

quando a gente se despe de todos os "e se", pro bem e pro mal, e vai. quando pegamos os "e se der errado?"; "e se eu me magoar?"; "e se der certo?"; "e se eu não tiver pronta?" e largamos eles na beira, ou deixamos eles voando pra longe do nosso pulo, correndo o risco, sempre, de se estabacar.

mas acho que vale o voo, vale a vista, vale tudo que vier. e, sério. do chão não passa.

Comentários

Eduardo Ferreira disse…
rs... exatamente por aí.
Juliana Seidl disse…
Concordo - do início ao fim. É a Nath falando por muitos - pra não dizer todos - mais uma vez. ;)

Postagens mais visitadas deste blog

Parto da Elisa

41 semanas completas. Tinham sido 3 dias de contrações que iam e vinham, acupuntura, chás, caminhadas, tampão mucoso saindo... e nada de bebê. Encasquetei que eu precisava comprar uma cesta pequena de vime pra guardar qualquer coisa, virou imprescindível. Fomos então atrás, e tudo que eu pegava na loja gerava um questionamento do marcel. Enquanto isso, na escola, toda uma vida acontecendo, e ao invés de ter ido eu tava ali sendo temperada na ansiedade sem fim. Desisti de todas as compras e chorando falei que só queria ir pra casa. Minha vontade era de entrar numa toca, ficar quieta. Mas tinha que fazer ecografia e cardiotoco, então fomos pra maternidade. “acho que a bebê tava dormindo, vamos precisar repetir o exame porque ela não mexeu”. Tomei glicose na veia, já em frangalhos, e fiz o exame chorando. Será que estava tudo bem? Dessa vez ela mexeu, a ecografia tava ótima e mesmo assim o médico plantonista falou que 41 semanas era pra já nascer, que mesmo o bebê bem começava a ficar arr...

Inverno

Esse ano o inverno caprichou, viu?! Eu achava que não podia ser pior do que o ano passado, mas... pode. Comecinho de abril, todo mundo já pronto para o calor ficar de vez (que o digam os shorts, saias e sandálias que saíram desfilando na quinta-feira!), uma população inteira cansada de frio e mais frio. Aí me vem um sábado com sensação térmica de -4 graus, chuva e um pouquinho de neve, e um vento que peloamordedeus... Tá bom, inverno. Você provou seu ponto, já temos quase 6 meses de convivência, você ganhou etc etc. A primavera pode chegar agora??? ^^

Fiando junto

tem vezes que a vida parece um novelo de lã embaraçado, todo enrolado. cores misturadas, fios que começam sabe-se lá onde, e que parecem não ter fim. vez ou outra, ao ver a bagunça toda, dá vontade de arrumar. organizar, desembaraçar, tentar pelo menos saber quais lãs tão ali no meio. é uma tarefa delicada, que exige paciência. desenrola de um lado, mas enrola do outro; tenta achar o fio da meada, mas ops, perde de novo. e aí vem uma "fiadora". ela que segura o novelo enquanto eu desenrolo, olhando fundo no meu olho, sem recuar, me lembrando também da beleza que existe no caos. e vamos assim, fiando juntas as tramas e bagunças dessa vida que é tanta.